Agora
e sempre
Quando
a tropa para lutar na guerrilha do Araguaia começou a se formar, dezenas de
jovens de diversas partes do país deixaram sua cidade para se juntar ao grupo
que tinha o objetivo de lutar pela democracia. Entre esses jovens que lutara
destemidamente, estava Helenira Rezende de Souza Nazareth.
Conhecida
pelo codinome Fátima, Helenira Rezende nasceu no dia 19 de Janeiro de 1944 na
cidade de Cerqueira César, interior paulista. Filha de um médico e jornalista
membro do PC do B (Partido Comunista do Brasil) a menina desde cedo teve
contato com a política, lendo os livros do pai e participando diariamente de
discussões com os pais e as cinco irmãs, além da tia, também comunista.
Com
essa base, ela ia crescendo e alimentando opiniões muitas vezes distintas em
comparação com as meninas de sua idade. A preocupação com questões sociais e a
dedicação ao estudo do marxismo contribuíram para que fosse uma liderança no
meio estudantil de sua cidade, tendo sido a primeira presidente e fundadora do
Grêmio Estudantil da escola Prof. Clibas Pinto Ferraz.
Helenira
desejava se tornar critica literária e assim resolveu estudar em São Paulo,
onde já estudavam suas irmãs. Na capital paulista, começou a cursar Letras na
Faculdade de Filosofia da USP época em que sua participação política se
intensificou. A jovem colocava em circulação posições avançadas para o período,
produzia peças de teatro consideradas subversivas e em 1968 foi eleita
vice-presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes).
Presa
pela primeira vez em maio de 1968, quando conclamava alguns colegas a
participarem de uma passeata, ela não se intimidou e veio a ser presa novamente
no 30º Congresso da UNE, em Ibiúna (SP), juntamente com outros 800 estudantes.
Para os policiais, ela era uma das líderes do movimento e assim, foi
transferida do Presídio Tiradentes ao DOPS, onde foi jurada de morte pelo
delegado Sérgio Paranhos Fleury, antes de ser transferida para o Presídio de
Mulheres do Carandiru e conseguir um habeas corpus que lhe garantiu a liberdade
na véspera da edição do AI-5.
Livre,
Helenira resolveu ir para o Araguaia, onde no dia 29 de setembro de 1972 foi
assassinada com golpes de baioneta.
Segundo
declarações da ex-presa política Elza de Lima Monnerat, em Auditoria Militar,
Helenira, ao ser atacada por dois soldados, que a metralharam nas pernas, matou
um deles e feriu outro. Em 6 de junho de 1979, um jornal publicou sobre
Helenira que: “… o lugar onde estava virou uma poça de sangue, conforme falaram
soldados do PIC (Pelotão de Investigações Criminais)… e confirmaram que a
coragem da moça irritou a tropa." No jornal "A Voz da Terra", de
8 de fevereiro de 1979, há uma extensa matéria que, sob o título "A
Comovente História de Helenira", conta a história dessa combatente pela
liberdade no Brasil.
Em
entrevista a um jornalista na floresta, Helenira relembrou acontecimentos dos
anos do movimento estudantil, afirmando: "Esse regime que ensanguenta o
Brasil precisa ser derrubado. Isto está na cabeça e no coração de milhões de
jovens." E continuou a entrevista enviando uma mensagem de confiança aos
estudantes: "Empunhem firmemente a bandeira da liberdade, não deem trégua
à ditadura; quem persiste na luta acaba triunfando".
Helenira
Rezende? PRESENTE! AGORA E SEMPRE.
Fontes http://pt.wikipedia.org/wiki/Helenira_Rezende
http://www.pedagogiadaterra.ufscar.br/helenira-rezende
http://www.une.org.br/2014/06/helenira-rezende-presente-agora-e-sempre/
Por Luciana Faustine
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